segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pra não passar em branco...

Hitler já alertava que as massas caem mais facilmente em uma grande mentira do que em uma pequena. E em época de eleições vemos que essa verdade perversa faz mesmo sentido, como há de convir comigo o ministro Celso Amorim que provocou reboliço citando outra frase do Fuher nazista.
Promessas como “vou erradicar a fome em nosso município”, “ninguém nunca mais vai ficar em uma fila de hospital por mais de 30 minutos”, “aplicarei maciçamente na educação, porque educação não é gasto, é investimento” e todos esses discursos demagógicos, reforçam que a população acredita em vindouros dias melhores, acredita nas grandes mentiras que os candidatos vomitam na cara do eleitorado. Afinal, é mais fácil acreditar em alguém que diz que não haverá mais fome e analfabetismo e que a saúde caminhará as mil maravilhas do que em um que diz que só vai dar uma melhorada básica no sistema e que as verbas públicas não dão para construir novas escolas e postos de saúde etc. Sinceridade atrapalha projetos, como bem sabe o leitor quando a sogra pergunta se a sopa de legumes está gostosa ou não.
Mas extrapolar nas mentiras como fazem os políticos nesse período eleitoral é demais. Alguns se apresentam como se tivessem projetos de caráter messiânico na Terra. Outros, como já alertava Nikita Krushev, prometem construir pontes onde não há rio. Cúmulo dos cúmulos. Balelas políticas! É aquela história: há bom político, mas político bom é inconcebível. É como exigir que uma prostituta seja virgem, que o Robinho jogue de beque no Real Madrid, que o Mc Creu componha sonetos em ritmo sáfico. Impossível!
Daí vem a pergunta: e votar para quê?
É difícil escolher um candidato, porque isso implica em escolhas e escolha implica em conseqüências. É como minha avó diz, rapadura é doce, mas não é mole não, não dá pra fazer a omelete sem quebrar os ovos. Sábia dona Berenice. Temos a “escolha de escolher” um candidato. Votar em branco ou nulo, apesar de soar como uma “revolta” pela falta de candidatos dignos (já que hoje escolhemos nossos governantes entre o execrável e o aviltante ou, em outras palavras, o “menos” pior), é confortável, mas inútil. Não contribui com o processo democrático, não dá fluxo ao cenário político (já lento) do país. Pode-se argumentar que esses votos não fazem a diferença, que para trocar seis por meia dúzia tanto faz votar ou não. Pode ser. Pode não ser. Mas quando não se vota, outra pessoa fala em seu lugar. E a quem será que você estará emprestando sua voz?

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