quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sobre 2008

O ano de 2008 vai acabando, mas não sem deixar marcas nos próximos anos que vem por aí. Foi ano de Olimpíadas na poderosa China, eleições municipais com direitos aos escândalos de sempre no Brasil, um negro campeão na F-1, um negro eleito presidente dos Estados Unidos, incansáveis comemorações de aniversário de chegadas, idas, nascimentos, mortes de celebridades, povos, sociedades e por aí vai.

2008 teve de tudo. Teve enchentes de diversas explicações em Santa Catarina; o resgate dramático de Ingrid Betancourt com o patrocínio de Sarkozy; ; show da Madonna; crise financeira de difícil explicação; governos injetando milhões em... bancos!

Morreram Beto Carreiro, Jamelão, Heath Ledger, Dercy Gonçalves (dá acreditar?)

Um capítulo especial pros esportes... China e Tibete entram em pauta; medalhas inesperadas e outras que fugiram; um nadador que tinha mais medalhas que países; São Paulo campeão de novo; mais um time grande caindo; Dunga permanece no comando da Seleçao; Massa perdendo título por um pontinho em casa ainda por cima; histórias mal-contadas dos jogadores Adriano e Ronaldo.

Na política, então? Teve "sifu", mais trocas de ministros, 7.000 cargos para vereadores, Daniel Dantas, reuniões, rodadas mal rodadas, otimismo em época de crise, conflitos no mercosul e até sapatada lá no norte!

Enredo pra piada não faltou...

Aaaah, e por que não? Em 2008 nasceu o Haja Paciência 4!!!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cessem os fogos!!!

Acaba o ano de 2008 e vemos mais uma batalha da histórica guerra entre Israel e Palestina.

Contra os frágeis lançamentos de foguetes "palestinos" pela milícia Hamas, vê-se mais uma vez a forte ofensiva dos Israelitas e a infeliz constatação (independente do lado em que esteja) de que são contabilizados mais de 380 mortes.

Um final de ano lamentável por uma guerra, como não poderia deixar de ser, cega e sem sentido.

Ps: Impressionado cada vez mais pelo rumo, ou talvez, pelo ciclo feroz e desrespeitoso da humanidade e das relações de poder.

Desilludido pelas atitudes exercidas pelos que deveriam se portar como racionais e não como terroristas utilizando cada vez mais a desculpa do medo e do combate ao terror.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Tempo pra comemorar

Todos sabemos o significado do Natal.
Bem como toda aquela conversa sobre a data consumista que desrespeita os preceitos cristãos e blablablá...
bom , eis aqui uma dúvida que me parece coerente:
Se Maria tivesse dado a luz a Jesus num dia qualquer de setembro, haveria toda essa comoção?
A necessidade de comemorar virada de ano com troca de presentes e demarcar ciclos seriam responsáveis por fazer do natal uma data mais importante que as outras?

Em pormenores:

A Páscoa é a data cristã mais importante (segundo um sermão que assisti tempos atrás) e a indústria de chocolates talvez contribua para que a todo ano sintamos a necessidade de comemorá-la. Mesmo assim, não se pode comparar as comemorações. O Natal movimenta muito mais esforços

A Vida, seu sentido e direção, sem a contagem de seu transcorrer, pareceriam ainda mais abstratos. O passar não marcado dos dias,   talvez nos fizesse lembrar ainda mais fortemente as dúvidas sobre a existência. Não me baseio cientificamente pra afirmar isso. 
Eras, séculos, décadas, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, centésimos, milésimos...
São essas subdivisões que me servem de apoio à afirmação.

Marcar esses ciclos parece-me funcionar como um placebo para minimizar a angústia existencial, algo como relativizar a passagem do tempo, qual aquela história de tempo real e tempo psicológico. Preservar esse palcebo exige marcas que pareçam reais. por que não criá-las? 

Quanto a idéia de que as festas, bebedeira e troca de presentes depreciam o sentido cristão do Natal, faz até parte do senso comum concordar. Isso , no entanto, não exclui a coerência da afirmação. Entretanto, tal fenômeno pode ser encarado como uma via de mão dupla. Não fosse o apelo agressivo da imprensa e da publicidade, talvez o Natal não mobilizasse todo o planeta durante tanto tempo. Concordemos, dois mil anos, segundo a humanidade tem marcado, é bastante tempo, já dá até pra chamar de era, não?

Pois é, se eu não viajo tanto assim, o consumismo e o ano novo tem preservado o Natal. Em tempos nos quais as pessoas excedem as libertinagens pessoais e se castram liberdades alheias, talvez o consumismo seja um dos pilares que sustentam a Igreja e seus dogmas.
isso só abre a discussão.

Devaneios a parte, o Hajapaciencia4 deseja aos seus leitores um Feliz Natal!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Merry christmas

E o Brasil deseja um ótimo Natal e final de ano para os gringos!!!!


Incrível!!!









Após de uma história marcada pelo "financiamento" das economias "pseudo-potentes" (Portugal logo no começo da primeira exploração, Holanda com o açúcar pernambucano, Inglaterra e sua revolução industrial com a mineiração), mais uma vez nos mostramos solícitos mandando verbas e mais verbas para o exterior.


"Fuga de dólares tira do país mais de US$ 4 bi até o meio do mês"

domingo, 21 de dezembro de 2008

Só existe um nome...

Depois de reportagem do "Fantástico" e de vídeos vistos no YouTube, vemos que a tragédia não é só nas regiões alagadas de Santa Catarina.

A triste constatação de senhoras com aparências afáveis e daqueles que deveriam ser os defensores da nação e provedores de segurança da União (soldados do exército), roubando, descaradamente, as doações enviadas por todo o país.

Sabendo que estas senhoras e estes milicos corruptos são uma minoria que não podem sujar a imagem da atitude humana e solidária de milhares de pessoas após a tragédia das enchentes, cabe pensar sobre o que se é considerado como corrupção, sobre como, rotineiramente, as pessoas se tornam coniventes com o "jeitinho mais fácil de conseguir as coisas".

Longe de um moralismo barato, deixo esse Post como um desabafo.

Após um ano de eleição, em que ouvi falar em venda de terrenos de prefeituras para financiar campanhas políticas, beneficiando pouco ou muito políticos, vendedores...

Após um ano em que, ao fazer a prova prática para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), tive uma oportunidade um tanto quanto mais fácil.

"Com apenas R$300,00 você pode proporcionar uma ceia mais farta de alguns fiscais e, além de não ser arbitrariamente pressionado na hora do exame, ainda é aprovado sem nenhum esforço!!!"


Termino este Post divagando sobre o que pode ser considerado como corrupção, sobre como temos a oportunidade de sermos corruptos ou não a partir de uma atitude rotineira, pensando que talvez não seja as pessoas que mudam com o poder, mas que existe uma grande quantidade de pessoas que admitem a corrupção, seja ela em maior ou menor escala.


No fundo só existe um nome para aquele que suborna para ter vantagem em uma fila, para aquele dá seus jeitinhos com um despachante conhecido, para o que carrega dólares na cueca e para aquele que rouba donativos de uma população desolada após um desastre ambiental:


Corrupto!


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Toque de Mídias

Maquiavelando a sociedade atual (e não é preciso fazer tanto esforço assim) chega-se a uma frase um pouco diferente daquela atribuída ao filósofo italiano:

Os fins (lucrativos) justificam os meios (de comunicação).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

introspecção, pra quê?


reza a lenda que nos conhecemos apenas como se conheçe a ponta de um iceberg.
a pergunta é: pra que fuçar no resto se é tudo gelo?


Em outra metáfora, quê me faz tanto criticar pessoas superficiais, se, no final das contas, só me interessa, só me vale de alguma coisa aquilo que se exibe e que eu posso consumir?

Se aquilo que está exteriorizado define a qualidade do que eu tenho, se a publicidade e o rótulo agrega valor e custo aos meus bens ou às minhas companhias, por quê deveria me preocupar com o que lhes é interno?

sábado, 13 de dezembro de 2008

Música para a crise

Crise econômica? Compre já o mais novo disco do Crise do Capital Inicial, com maiores clássicos da banda de Brasília! Ideal para você curtir nas suas férias coletivas!

Quatro vezes você sem juro!

Indepêndencia
econômica

Não Olhe pra Trás nem pros índices na bolsa

Natasha básica de juros

Olhos e números Vermelhos

Recesso Passageiro

Primeiros Erros
do Banco Mundial

E a sensacional sugestão presidencial:
Sem Cansar de consumir

E de faixa bônus você também ouve o clássico:
Veraneio Vascaína (até porque o Vasco caiu também)

Compre já o seu! Só não compre pirata pra não quebrar as gravadoras nacionais!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Capitulismo em crise (segunda edição)

Mais um editorial televisivo de Prefácio de Oliveira (aviso aos desavisados: isso é um texto de humor... já vieram me dar bronca, porque tava tudo errado, era estilo do diretor e tal... fiz algumar alterações pra ficar menos sério):

A Rede Globo não é mais a mesma. A crise atravessou as portas da emissora carioca e até o telespectador pode perceber que já começaram os cortes no orçamento. A maior prova disso é o minissérie Capitu, que tem séries restrições orçamentárias.

Vamos às provas do corte de despesas que a Globo está fazendo na minissérie. Começemos pelo título. Ao invés de um longo "Dom Casmurro", eles optaram por apenas seis letras. Economizaram também no escritor e no roteirista, porque foi só pegar um texto pronto.

A pindaíba na frente das câmeras é tanta que o personagem Bento mais velho tem que usar um bigode pintado. Não havia dinheiro para comprar um bigode falso! E ainda pra economizar em cenário pra um Bentinho na adolescência e outro na maturidade, botam os dois no mesmo lugar! Pra economizar em takes, botam os dois conversando!

E as cenas com metrôs, carros ao fundo? Estilo, dramatização? Não! É economia em cenários também! Ou o responsável pela seqüência foi demitido por conta da crise e ninguém notou os carros no fundo!

Recapitulando: eles cortaram gastos em cenários, personagens, figurino! A crise está brava pro lado da vênus prateada. Daqui a pouco eles começam a passar novela mexicana, pregacão de pastor e fazem aqueles cenários de animação virtual.

__________________________________________________________
Prefácio de Oliveira é piloto-de-testes de controle remoto

sábado, 6 de dezembro de 2008

Quem é Bundão Levanta a Mão 2


Dando prosseguimento ao texto sobre a manipulação ao estilo Buranku.


Pense no Brasil. Gigante pela própria natureza, belo, forte e impávido. Mas você acredita mesmo que não há grupos de magnatas que influenciam as decisões do Senado e do Congresso Nacional e que todas as leis e decretos são aprovados pelas nossas Excelências simplesmente para o progresso do país? Há interesses privados por trás das decisões do governo e muitos títeres na política brasileira, como não deixaria de ser. Há as elites latifundiárias no Nordeste, como a família Sarney e Cavalcante; industriais e empresários no Sudeste, como os Matarazzos e Marinhos; madeireiros e pecuaristas no Norte e assim sucessivamente, em todos os cantos do país, há manipuladores vestidos de negro, mas por convenção são invisíveis e ninguém protesta ou argumenta contra. Conformismo mórbido.
Quanto à formação intelectual existe a mesma coisa. Você provavelmente se considera autônomo em relação a sua liberdade de pensamento, mas será mesmo que esse pensamento é tão livre? Será que muitas das suas concepções de mundo não são frutos das ações de certos manipuladores de Bunraku, que lhe bombardeia de produtos ideológicos como cinema, música e literatura, construindo uma filosofia coerciva?
Os manipuladores de preto acabam mesmo nos convencendo que temos autonomia e que não há nenhuma força agindo sobre nossos membros. E assim somos “aliciados” em um processo de conformismo. Alguém pode dizer que não é um conformista, mas no fundo é. Sim, lá no fundo todos são. Você não começa sempre fazendo a barba pelo mesmo lado, não deixa passar aquele troco errado só porque eram apenas alguns centavos? Não abotoa a camisa sempre de baixo pra cima e quando vai dormir vira-se sempre para aquele lado, porque é melhor? Esses são sinais de inércia, de indivíduo cooptado, de cabeça-baixa, de conformismo ou, como diz a sabedoria popular, de um “bundão” que é “enrolado”. Há manipulação bem ao estilo Buranku, sim, e aceitamos, por mais antieuclidiano que isso possa parecer.
Pode parecer um exagero falar dessa forma, aparenta aquelas teorias da conspiração tipo que Paul McCartney está morto ou que o papa é judeu. Mas a questão é ações que pensamos ser tomadas como exercício de autonomia, muitas vezes são influenciadas direta ou indiretamente por certos grupos de poder. E nós, somos manipulados, por mais clichê que isso possa parecer. Isso é ou não é ser “bundão”?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Quem é Bundão Levanta a Mão 1


O Bunraku (não é palavrão, adianto) é um gênero do teatro de marionetes que surgiu no século XVI, no Japão. No Bunraku figuras articuladas de mais ou menos um metro, semelhantes a crianças, são manipuladas por profissionais vestidos de preto, cerca de três por boneco. O resultado é uma belíssima cena em que as marionetes parecem ter vida própria.
Não serei o primeiro, nem o último, a fazer uma analogia entre marionetes, como o Bunraku (Luis Fernando Veríssimo, por exemplo), e a vida política e social, por mais desgastada que essas comparações possam parecer. Dizer que somos “manipulados dia após dia” e “simples marionetes do capital internacional” são frases já extensamente repetidas. Mas é aquela velha história, nada é novo e de velharias podem sair idéias originais.
Mas estava falando da arte japonesa do Bunraku. Há um detalhe nesse teatro que chama a atenção, que soa muito peculiar nas artes cênicas. No teatro clássico, todos sabem que o que se representa nos palcos é uma mentira, é pura ficção, muito embora essa mesma ficção diga muito sobre a realidade que a permeia. Portanto, há uma cumplicidade entre espectador e ator, um jogo de adesão. Mas em nenhum outro gênero isso se faz tão explicitamente quanto no Bunraku.
Os manipuladores estão sempre à vista, mas cobertos de preto, dos pés à cabeça. Ficou convencionado, então, que são invisíveis. Simplesmente, por uma questão de convenção, eles adquirem esse atributo de invisibilidade e assistimos a toda a peça sem sequer notar a presença dos manipuladores de preto.
Hoje acontece coisa semelhante: ficou combinado que ninguém vê os manipuladores na cena política e social do país (no caso, os bonecos somos nós, a população). Como se isso não bastasse, ainda querem nos convencer não só a respeito da ausência de manipuladores, mas que os bonecos têm, sim senhor, autonomia. Ou seja, uma "autonomia" articulada por terceiros. Puro jogo de ilusão.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

enrolando peixe

Santa Catarina foi palco de uma terrível tragédia recentemente.
HOje, é personagem de outra.

É importante pensar nas pessoas e fazer coberturas da enchente, sensibilizar a população para que existam doações.
É importante noticiar o fato.

isso é necessário?                                                              ---->>>

a cobertura durante toda a tarde de domingo na record foi necessária?
Nathália Cassola chorando no Faustão?

o curso de jornalismo tem uma ênfase muito forte na ética profissional.
daí se percebe porquê querem acabar com o curso.

a pergunta que mais me dói é essa:
se não apelassem, se não ultrajassem a memória das vítimas da calamidade  como fizeram, as pessoas assistiríam seus programas?

A resposta dessa pergunta, óbvia, é o que mais me decepciona na profissão.