terça-feira, 23 de junho de 2009

Quando a própria vida não é suficiente

O artigo 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente é claro: “a adoção poderá ser deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos”. A definição é isenta de qualquer referência ao sexo das pessoas que pretendam realizar a adoção, considerando mais relevante que qualquer discussão sobre sexualidade a saúde e o bem-estar do Adotando. Alguns casais homoafetivos vêm se beneficiando do caráter liberal e avançado do ECA, ao menos no que concerne a esse mérito.

Contudo, mostrando como o preconceito pode travestir-se de preocupação social, o deputado do PMDB Alagoano, Olavo Calheiros, irmão mais novo de Renan Calheiros, tem um projeto de lei que pretende mudar esse cenário. É surpreendente ler logo no primeiro artigo do Projeto "Essa lei tem por finalidade vedar a adoção por homossexuais". Um assunto tão delicado quanto a adoção, relacionado com a discussão sobre sexualidade e preconceito, não mereceu do deputado argumentação maior que o texto redigido em uma folha de sulfite, onde descreve segundo seus ensejos os motivos para o veto.

De acordo com o projeto do deputado, "Toda criança deve ter direito a um lar constituído de forma regular, de acordo com os padrões da natureza", o que seria impossível para um casal homoafetivo, na concepção de Olavo. A carta segue afirmando que "A adoção por casais homossexuais pode expor a criança a sérios constrangimentos" e define como dever do Estado "por a salvo a criança e o adolescente de qualquer situação que possa causar-lhes embaraços".(seria o fim do Bullyng?)

Não é uma opinião tão unânime quanto a simplicidade com que a questão foi abordada pelo Deputado faz parecer. Em entrevista ao site do Centro Latino Americano de Sexualidade e Direitos Humanos, que move um abaixo-assinado contra o projeto do Deputado, a desembargadora aposentada Maria Berenice Dias afirma: “Há um princípio que veda o retrocesso social: a lei não pode retroceder. E esse projeto vai contra esse princípio. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) admite a adoção por pessoas sozinhas, sem restrição à orientação sexual”. A jurista ainda reforça: “a família não é constituída exclusivamente pelo casamento. Até 1967 era assim, mas na Constituição atual O conceito de família abrange tanto o casamento, como a união estável e a família monoparental, também sem qualquer restrição quanto à orientação afetivo-sexual de quem a compõe”.

Choca que equívocos como este existam. Olavo deveria representar sua população. Assusta. Mas, a julgar pelo sobrenome, não deve ser por vias exatamente democráticas que a criatura ocupa a sua cadeira. Como saber, né? De toda forma, ainda não me parece plausível que, século XXI já a uma década adentro, ainda exista tão antiquada objeção.

Casais homoafetivos não procuram filhos com similares características genéticas. Seria absurdo tentar convencer que a criança foi gestada pelo casal. Eis aí uma possível solução para crianças de três quatro anos que permaneceram confinadas em orfanatos por não se parecerem com os possíveis pais adotivos quando jovens. Espero que esteja evidente que não vejo preferências entre a adoção hetero ou homoafetiva. São apenas procuras diferentes.

Será que o deputado tem tanta certeza que crianças prefeririam não ser adotadas a receber um lar homoafetivo? Essa demonstração de incivilidade do Deputado só não émais surpreendente porque não se trata de um cargo cujos ocupantes em geral costumam apresentar grandes preoupações civis. Carentes de representação, nós, população, urgentemente necessitamos de alguém que nos adote. Acima da idade preferencial, sem nos parecermos com ninguém que pretende nos representar, a chance de deixarmos a condição de órfãos é minúscula. Negro, Homossexual, cadeirante, político honesto, ou qualquer outra minoria em que se enquadre, sinta-se à vontade para defender nossa voz.

liberdade de excreção

reiterando a conclusão do Renato Diniz, com quem finalmente concordo.
A torto e a direito repete-se o argumento de que a obrigatoriedade do diploma coíbe a liberdade de expressão e resume-se a uma estratégia para criar reserva de mercado. Se considerarmos quem são os defensores destes argumentos, não valeria nem a discussão: GilmarMendes e asseclas, além de um sem fim de jornalistas, empregados em grandes empresas de comunicação, nas horas vagas blogueiros -ou vice e versa- que parecem odiar a universidade, sob a alegação de que não aprenderam nada durante a graduação.

Desconsidera-se, para este fim, a já obsoleta querela entre blogueiros amadores e jornalistas blogueiros sobre a qualidade da informação disponibilizada nos blogues. - Como se a informação oferecida pela mídia tradicional fosse assim tão crível e valiosa. E, mais absurdo, não se percebe que pluralidade da própria discussão on-line desmente o argumento.

Vamos gastar disposição, e deixar até este fato de lado.

Ainda sim, o argumento é risível:
Qualquer pessoa que eventualmente tenha considerado pensar deforma crítica o jornalismo que se lhe oferece, sabendo da hierarquia das redações, nota que jornalista algum escreve o que quer, seja ele diplomado, condecorado, pós-graduado faixa-preta ou recém alfabetizado. Cada linha de um jornal, cada matéria de programa de rádio, cada frame dos programas de televisão deve estar de acordo com a linha editorial. O Bonner não diz "Boa Noite" sem o aval do Kamel.

Quanto a reserva de mercado, seis mil jornalistas formam-se anualmente.
Oitenta mil profissionais estão empregados.
O jornalismo sofre com a crise econômica, não a das hipotecas norte-americanas, mas outra causa da pela obsolecência de seus métodos (A próxima eleição para a presidência do país deve ser bravamente disputada não mais nos debates do cátodo antiquado, mas no YOUTUBE e no TWITTER).
É um mercado agonizante.
Espero que resista, ainda quero ver as prensas funcionando, longe dos museus.
Não vai acabar, mas vai mudar radicalmente.
Quando? Sabe Deus. Ou o diabo, que é da jaez dos homens da imprensa.
Seja como for, definha.
Que há pra se reservar, cara pálida?

Eu me explicando melhor

Sobre o post "A choradeira do diploma" do dia 18, última quinta:

Admito, antes de mais nada, que cometi dois grandes equívocos. Primeiro, não organizei meus pensamentos no texto. Ficou tudo confuso e posso ter dado a entender que sou contra o diploma de jornalista. Se transmiti essa idéia, cometi o grave pecado para um aspirante a comunicador: não me fiz compreender. Me falta experiência.

O segundo erro, e mais grave, foi o de ter criado uma cortina de fumaça sobre o fim da obrigatoriedade do diploma, dando mais peso às reclamações de jornalistas e estudantes de jornalismo de que "agora todo mundo é jornalista" e "jornalismo acabou". E pela fumaça fui o primeiro a bater a cara na parede.

Me faltou a percepção de que naquele momento (e porque não? Até agora) o mais sensato seria me opor a essa absurda decisão do Poder Legislativo (que não tem capacidade de atender a população, quanto mais de perguntar sua opinião).

Acabei me deixando levar pela irritação de ouvir repetidamente argumentos sem fundamento de que a profissão acabou. Argumentos de pessoas que sequer refletem sobre a profissão, nem têm base teórica ou prática, mas têm prazer em se fazer de vítima e em seguida ficar de braços cruzados.

Por fim, quero deixar clara minha posição: não existe democracia sem jornalismo. Mas não pára por aí, como o STF quer fazer entender. Não existe democracia com jornalismo irresponsável. Para ser jornalista, o profissional precisa acumular uma série de conhecimentos de ciências humanas e diversos treinamentos práticos da área.

É ingênuo (por parte de leigos na comunicação) acreditar que para tornar-se jornalista é necessário simplesmente a prática. Cria-se assim um peão que mal sabe do que está falando e que apenas retransmite as valores que recebeu sem perceber.

É mentiroso (por parte do STF, de políticos e de empresas de comunicação) defender que a exigência do diploma é um desrepeito à democracia. Fere a Constituição? Ora, se a Constituição foi escrita há 21 anos, só agora Gilmar Mender percebeu isso? Desrepeito à democracia é permitir que uma pessoa sem o devido preparo teórico fale às massas com ar de dono da verdade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Me explicando melhor

Então vamos brincar de disconcordar.

Pra começar, um mea culpa. Relendo meu próprio texto, vi o assassinato à retórica que cometi. Comecei criticando as lamentações de quem é a favor da obrigatoriedade, depois acabei defendendo a obrigatoriedade do diploma por alguns argumentos tortuosos.

Errei porque, provavelmente influenciado por algumas frases que ouvi, não aguentava mais argumentos sem conteúdo, senso-comuns [me pego numa dúvida quando a plural aqui], e a citada choradeira.

Talvez não fosse a melhor hora de problematizar as faculdades quando o que está fervendo é a questão profissional. Acabei fazendo uma cortina de fumaça, mas eu mesmo bati a cabeça na parede.

Também sou um dos que lamentam a decisão do STF. É estranho achar algo insconsticional, (olha só?) 21 anos depois que a Constituição foi escrita, como é o caso da Lei de Impresa. Acredito que a leitura da Carta não toma tanto tempo... não duas décadas.

Concordo com os argumentos do Thiago Teixeira. O lide de um grande jornal, sua primeira página, fotos, uma notícia no Jornal Nacional e um comentário no rádio têm o poder de eleger um presidente, como já aconteceu. Por isso, é necessário uma formação superior para manejar a notícia, filosofar sobre o fato, e mais ainda, ter consciência do que o jornalismo é capaz dentro da sociedade.

Além disso, é fundamental a criação de um conselho federal que fiscalize e puna os excessos e irresponsabilidades cometidas pelos profissionais da notícia. Diploma só não basta.

No entanto, um grave problema que sempre vai seguir a questão do diploma é o denotativo. Como definir jornalismo? O que é ser um colaborador do jornal? E o texto opinativo, pode ser escrito por um cidadão comum? Vamos pensar, por que não?

Sim, vamos protestar contra o STF, contra os oito juízes que não levaram em conta o suor jornalistico, contra os jornais e representantes de empresas da mídia que falam demagogicamente sobre democracia.

Mas reforço minha afirmativas do primeiro texto. Não vamos fingir que antes da votação desta quarta tudo era lindo e que as faculdade de jornalismo são perfeitas.

liberdade, e sua maldita polissemia

Vamos brincar de discordar.

Eu sou um dos que chora a queda da obrigatoriedade do diploma de jornalista.
É corporativista de minha parte, como seria um engenheiro civíl se algo similar acontecesse com sua profisão. Não me venha dizer que o trabalho de engenheiros é mais importante que o de jornalistas. Um lide da Folha, trinta segundos do Jornal Nacional, um comentário na CBN trazendo críticas negativas sobre a qualidade de um prédio e me diga então de que vale o esforço do diplomado calculista.

O que o STF nos apresentou novamente foi seu hábito de defender a liberdade de mercado, sob o demagogo pretexto de defender a liberdade de expressão.
Não é a primeira vez que isso ocorre, haja vista o projeto de classificação etária dos programas de tv elaborado pelo governo federal, multilado para que, no final das contas, permitisse que as empresas de comunicação se autorregulassem com sempre fizeram.
Não é a segunda, afinal, caiu recentemente a lei de imprensa, eliminando toda a legislação sobre o mérito, sem qualquer projeto para tratar de direitos de resposta , por exemplo. Fica à mercê dos donos da mídia ponderar sobre essas questões.
Nem será a última, logo a regulamentação da profissão entra em Pauta no STF. Jornada de cinco e sete horas, piso salarial, benefícios e direitos tabalhistas funcionarão à veneta dos Marinho, Mesquita, Frias, Civita e outros membros da aristocracia midiática.

Existe uma visão romântica da profissão que alega que muitos jornalistas não possuem diploma e ainda assim seriam melhores que os acadêmicos, cuja precária formação não lhes forneceria base sólida o suficiente para a exercerem a profissão. Exemplos não faltaríam , segundo Gilmar Dantas: o colombiano Gabriel Garcia Marquez, o peruano Mário Vargas Llosa e os brasileiros Machado de Assis e Nelson Rodrigues. Esses seriam importantes fatores para provar quão desnecessário é o diploma.

Os grandes exemplos citados Pelo presidente do STF são mais talentosos que qualquer jornalista no tocante à arte da escrita, não sou estúpido a ponto de discordar disso só pra defender minha perspectiva. Todavia, é um contrasenso óbvio: os mestres citados são reconhecidos por seus dotes literários, que , apesar de serem muito aprazivelmente próximos do fazer jornalístico, não o resumem nem se limitam a ele. E não seria por possuir o diploma que um dos quatro citados tornar-se-ia menos talentoso.

Aliás, se o problema é a falta de qualidade dos jornalistas formados pelas faculdades nacionais, que se lute então pelo aprimoramento dos cursos. Não faz mais sentido? Convenhamos, se mesmo formados muitos não estão aptos para exercer a profissão, o que embasa a idéia de que o estudo do jornalismo seria desnecessário? Tanto faz quanto tanto fez? a idéia é nivelar por baixo?

Números da Folha, dos quase 80 mil jornalistas do país, pouco mais de dez por cento não possuem diploma, dois mil a mais do que produz a indústria de focas nacional anualmente. Seis mil novos fomandos é um número absurdo de novos jornalistas, não há espaço pra tantos no restrito mercado. Diminuir as exigências para o ingresso neste é estupidez.

Há quem reclame que o diploma era uma exigência simplesmente retórica, já que muitos exerciam a profissão mesmo contra a regulamentação. Pois bem, se tantos já exerciam a profissão com a prática proibida, agora que há respaldo legal, não sei o que levaria uma empresa a contratar um jornalista para escrever sobre economia, se pode disponibilizar o cargo a um economista. E último terá mais credibilidade, obviamente. Azar de quem não souber o que vem a ser IGP-M/FGV ou spreads.

Para concluir, uma piada. o argumento principal do Gilmar Dantas,no Estadão:
"Relator do caso no STF, o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, disse que o jornalismo é uma profissão diferenciada, que tem vinculação com o exercício amplo das liberdades de expressão e de informação. Segundo ele, exigir o diploma de quem exerce jornalismo é contra a Constituição Federal, que garante essas liberdades."

Derrubar o Diploma não vai permitir a todos o acesso à expressar-se na grande mídia. Em mídias consideradas menos abrangentes, nada impede ninguém de lançar um blog na internet, por exemplo. Não é o diploma quer estringe a liberdade de expressão, portanto.

Pois é, deixoa pergunta: Agora que todos podem escrever jornais, você vai dar credibilidade para um jornal escrito por qualquer um?

A choradeira do diploma

STF põe fim à obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Fim de um entulho da ditadura? Fim da profissão de jornalismo? Nem um, nem outro. É só falação.

Para começar, como assim entulho da ditadura? Então exigir diploma é algo antidemocrático? Faculdade de Jornalismo é algo elitista? Diria que é, mas longe de ser uma antidemocracia. Aliás, essa palavrinha mágica, a tal "Democracia" é tão mal utilizada pelos próprios jornalistas (nem se fala em políticos).

Mas e aí? Todo mundo é jornalista? Óbvio que não. Todo mundo é professor de educação física? Todo mundo é técnico de rádio? Bom, eu não.E antes de cair a obrigatoriedade? Quer dizer que antes era tudo tão lindo? Ético? O que tinha de jornalista que não fez faculdade exercendo a profissão... O que veio agora foi uma oficialização disso. Isso vai representar uma desvalorização da profissão? Vai haver exploração do trabalhador, menores salários? Bom, que eu saiba isso já existia... A coisa que eu mais escutava de jornalista era que trabalhavam por mais de 10h dia, e ganhavam mal. A exigência do diploma, enquanto durou, não criou um paraíso.

Tudo bem... e o cuidado com a notícia? Bom... é fácil falar que nos Estados Unidos, que possue uma imprensa bem mais democrática que a nossa, não há obrigatoriedade do diploma. Mas Brasil não são os Estados Unidos. Não se compara uma república (eu falando isso toda hora, ai ai) de 25 anos com uma de mais de 200.

Fazer o curso de jornalismo não vai fazer com que 100% dos profissionais ajam com maior seriedade e ética ao escrever uma matéria. Mas convenhamos que faculdade de jornalismo que praticamente são técnicas e pouco ensinam de teoria não melhoram a qualidade de um texto jornalismo... as vezes, longe disso.

Mesmo assim, o que se aprende na teoria numa faculdade (e que fora dela é tratado como "perfumaria", algo desnecessário) amplia em muito o horizonte de um profissional, evitando que ele se torne, como alguns queiram, um mero digitador.

Pelo menos jornalismo virou assunto (e olha que pra jornal falar de jornalismo é um sacrifício). Mesmo assim, é preciso refletir sobre o fim da obrigatoriedade do diploma, sobre a qualidade de uma faculdade de jornalismo e sobre o que se entende por democracia.

Ah, não. Eu não me considero jornalista.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

petro.com.bras

A Petrobrás vai publicar as respostas dadas pela empresa aos jornalistas em um blog, antes mesmo delas serem publicadas pela imprensa.

E o jornalistas não gostaram porque o blog traria somente a posição da empresa, e "furaria" o furo dos jornais.

Alguém me explica qual é o problema? Tem problema quando um site qualquer publica o que vai sair no jornal do dia seguinte? Por que uma empresa não pode trazer sua opinião antes? Isso é diferente de um comunicado da empresa publicado, às vezes, até na primeira página de um jornal?

A entrevista é um monopólio da empresa jornalística? Por que eles são contrários à publicação na íntegra da entrevista, das perguntas e respostas? Será que corre o risco da empresa mostrar o que não foi publicado? E qual o problema em mostrar o que não foi publicado? Tinha alguma coisa de errado com a informação impressa?

Eu, hein...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Enquanto isso, na Unesp...

Os alunos da Unesp receberam ontem à tarde um email do GAC, Grupo Administrativo do Campus de Bauru falando a respeito do projeto para construção do Restaurante Universitário (previsão para 2010) e da Moradia Estudantil (sem previsão, pelo menos no e-mail), que por sinal só tera vagas para 64 estudantes. Pouco não?

De qualquer jeito...

Que acham de receber esse e-mail bem na semana em que há greve de alunos da USP e briga entre eles e a polícia?

sábado, 6 de junho de 2009

alguém me explica?

O lobby da mídia grande vai derrubar a exigência do diploma de jornalista...
A tal da mídia grande é essa que vai falindo a medida que mais pessoas conseguem acesso a internet rápida, sabe?
Pois bem, essa mídia espaçosa é bem crítica à informação que não foi criada por ela.
Também não gosta de quem discute as informações que publica. Aliás, ela não gosta muito de crítica, haja vista a precária qualidade dos críticos que ela oferece (Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, José Neumane Pinto, Miriam Leitão, Datena... "crítico" nestes casos entra como uma catacrese) .

E a mídia larga usa como principal argumento em seu favor o fato de blogueiros -não blogueiros amadores como eu; blogueiros como inagaki, sakamoto, idelber, alon- não terem a formação e a estrutura que disponível aos seus funcionários. Como se houvesse muita gente no país com um currículo comparável ao do professor idelber avelar.

É um argumento que, existindo na prática, poderia ser considerado plausível.
Contudo, demonstrando a coerência que lhe é costumaz, a mídia obesa resolve brigar pelo fim da exigência do diploma de jornalismo paraque se exerça a famigerada profissão. Enriquecendo a lista de exemplos para explicar a expressão "tiro no pé", deve realizar seu intento, já que a decisão depende em grande parte de um famoso sócio seu.

Abdicando a exigência do diploma, paga-se menos e é possível exigir mais dos empregados, que estarão em maior oferta à medida que menos se requiser de seus currículos. E aí vem a pergunta de alguém que ainda engatinha no mundo do jornalismo e não compreende as peripécias das megalomaníacas redes de comunicação:

Contratando pessoas sem credenciamento acadêmico, a mídia holofótica não estaria perdendo justamente a qualidade que acreditam possuir? Não é essa suposta qualidade que os tornaria mais confiáveis que os blogues?