segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Lula é Fodão Parte 2

Vou dar uma de apresentadora de programa de variedades, daquelas que opinam desde o furacão Katrina até sobre a crise econômica da Tanzânia, e levantar algumas hipóteses a respeito dessa grande popularidade.

Primeira: A questão do suor.
Desde o pastelzinho na feira até a cervejinha no bar do Seu Toninho, Lula adora o povo, marca os brasileiros no corpo a corpo. Ele desce do palácio do Planalto pra ser um plebeu. Lula gosta do suor da plebe, que é, eleitoralmente, afrodisíaco.

Segunda: A questão do sou-um-de-vocês
Ele é do povo, claro. Não importa que seu patrimônio seja enorme e que ele só vá ao Nordeste em viagem oficial. Ele é um tem uma história de vida impressionante, saiu do Sertão e veio para São Paulo abordo de um pau-de-arara, passou fome, sofreu preconceitos e hoje ocupa o cargo mais alto do Brasil. Lula conhece o povo brasileiro, ele é um Silva, não é um cara como FHC, cuja maior sofrimento de vida, provavelmente, foi ter enfrentado o frio europeu sem um cassaco Armani de seu agrado em algum Boulevard de Paris. Lula é o braço popular e esquerdista da frente neoliberal, por mais paradoxal que essa afirmação possa parecer.

Terceira: A questão da retórica
Lula adora discursar. Desde inauguração de obras importantes de infra-estrutura (qual?) até formatura de pré-escola, ele fala. E fala. E divaga sofre divagações. Tudo em uma linguagem simples, que atinge a população mais humilde. São discursos espontâneos, mesmo que essa espontaneidade seja forjada.

Quarta: A questão do nego-até-a-morte
Ele não fez nada. Ele não sabe nada. É tudo intriga da oposição. Todos os escândalos de corrupção foram armados e Lula foi feito de “bode expiatório”. Como disse Marilena Chauí, importante intelectual brasileira (e que participou da fundação do PT), o Mensalão foi “criado pela mídia”. Boa filosofia essa: o racionalismo inexistencial.

Essas hipóteses são contestáveis. Até por mim, que adoro me contradizer. Mas que Lula é um verdadeiro popstar, não resta dúvida. Ficou mais branco e politicamente correto do aquele barbudo comunista de 89 que atacava o Collor em debates. Ficou mais “culto” também, depois que foi acusado de ser intelectualmente incapaz (bom eufemismo usado na época) para governar, sua acessória de marketing pessoal começou a divulgar imagens de Lula fazendo cursos, mostrando que ele estaria preparado para assumir a Presidência da República. Mas sempre se manteve sem diploma, para poder lançar aquela frase emocionada ao ser empossado: “Recebo como primeiro diploma o de Presidente da Republica”. Lula é fodão!

2 comentários:

Renato Diniz disse...

mto bom o texto!!

outro dia o jabor tbm escreveu uma coluna mta legal tbm

Rôney Rodrigues disse...

O Marcelo Rubens Paiva tbm