domingo, 19 de outubro de 2008

Com a palavra, o editor chefe

Espaço dedicado à coluna editor-chefe das Organizações Haja, o célebre jornalista Prefácio de Oliveira

Gostaria de estrear a minha coluna nesse espaço virtual analisando (um abraço respeitoso à Ana Lis, por sinal) o cenário político carioca sem deixar de contar um pouco da minha gloriosa trajetória de vida.

Vejo que a imprensa, ao apontar a liderança de Fernando Gabeira para a prefeitura fluminense,
bota fogo na sua imagem, associando-o sempre ao antigo revolucionário, seqüestrador do embaixador norte-americano.

Indignado, não posso me furtar a contar meu passado igualmente revolucionário, embora um pouco mais obscuro que o de meu colega candidato. Acontece que eu, igualmente jornalista e contrário ao mandos da ditadura, segui os passos do rapaz que vi na televisão, apontado como intelectual do seqüestro de Charles Elbrick.

Arquitetei um plano com meus colegas de auditório e na mesma semana do fatídico fato, invadi a casa do embaixador do Congo e o levei para meu apartamento, mantendo-o sob a mira de minha arma.

Assim como o relacionamente entre Gabeira e o embaixador Elbrick, envolvi-me emocionalmente com minha vítima e nós dois fizemos uma amizade bacana, bonita e que ninguém tem nada a ver com isso.

Mbambo, como ele se chama, me mostrou que a questão envolvendo embaixadores era mais em baixo e eu pude compreender a fundo (aí, como era grande seu poder de síntese) como era dura a ditadura.

Acometido pela síndrome de Estocolmo, Mbambo fugiu do cativeiro para a capital Sueca, sem nem me deixar um bilhete, fazer um telefonema, mandar flores, nem nada. Que insensível.

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