terça-feira, 11 de maio de 2010
QUARTA SEMANA
Labirinto de lápides, Evita Perón. Feira Internacional do Livro. Porto Madero. O nariz do peixe. Sem artes e/ou suplícios. Despedida.
A quarta semana começa e fomos finalmente conhecer o Cemitério Recoleta, localizado ao lado da Praça França, onde aos domingos acontece feira de artesanato, acompanhada por apresentações musicais independentes pelo gramado. A visita ao que poderíamos chamar de “labirinto de Recoleta” foi uma experiência um tanto curiosa. Ao caçar a lápide de Evita Perón durante 20 minutos nos deparamos com jazigos abertos, caixões a mostra e um cheiro que poderia ser dispensável no que deve ser o mais tradicional local de sepultamento da cidade. Ao encontrarmos Evita, percebemos que a fama não deve ser (ao menos neste cemitério) um critério para se determinar a qualidade e a grandeza da última morada.
No primeiro dia “inútil” da viagem, a segunda-feira, fiquei todo o tempo dentro do apartamento por uma renite que me sugou o animo e toda a gana de sair de casa.
Na terça-feira, conhecemos a 36ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Mesmo resistindo a tentações e resignado pela falta de dinheiro acabei comprando dois livros. “La economía social desde la periferia”, organizado por José Luís Coraggio. e “Gráfica y comunicación visual”, de Jorge R. Bermúdez.
À margem do Rio La Plata, na quarta-feira, conhecemos um pouco do bairro de Porto Madero. Com sangue paulistano nas veias, não pude deixar de comparar com o que seria uma Avenida Paulista margeando um rio que nada parece com o Tiete ou o Ipiranga; um grande centro econômico da cidade, com restaurantes e churrascarias que me pareceram ter ótimas refeições e, logicamente, altos preços.
Mais próximo do pouco esperado final de semana, fomos na quinta-feira para o Jardim Japonês. Espaço com uma paisagem característica aos padrões nipônicos, onde encontramos desde pontes e estátuas de samurai até um curioso peixe e seu nariz.
E a sexta-feira foi o mais aguardado dia. O primeiro e talvez o único. O impressionante dia em que, neste país em que a crise se percebe pela história de falências e desilusões de alguns taxistas, não encontrei ao menos uma pessoa que fizesse artes e/ou suplícios em troca de algumas moedas no subte (metrô).
O sábado chega triste pela despedida de minha namorada. Ana Lis. Passados quinze dias, em uma rotina que denominei em momento áureo de ideal, foram embora meus olhos coloridos. Não que vá deixar de aproveitar o que vier em minha estada por aqui, mas sentimento forte e inevitável esse com o poder de fechar a garganta e encher lágrimas.
Na noite do último dia da semana (Feriado pelo Dia do Trabalhador), pude aproveitar o emocionante show de Caetano Veloso, e o imenso público argentino que o aplaudia demonstrando fama e grandeza do cantor brasileiro em terras estrangeiras que eu até então desconhecia.
Saudades, saudades...
Beijos e abraços
“Extrañando mucho la negra-rubia y sus ojos llenos de color”
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