quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Tempo pra comemorar

Todos sabemos o significado do Natal.
Bem como toda aquela conversa sobre a data consumista que desrespeita os preceitos cristãos e blablablá...
bom , eis aqui uma dúvida que me parece coerente:
Se Maria tivesse dado a luz a Jesus num dia qualquer de setembro, haveria toda essa comoção?
A necessidade de comemorar virada de ano com troca de presentes e demarcar ciclos seriam responsáveis por fazer do natal uma data mais importante que as outras?

Em pormenores:

A Páscoa é a data cristã mais importante (segundo um sermão que assisti tempos atrás) e a indústria de chocolates talvez contribua para que a todo ano sintamos a necessidade de comemorá-la. Mesmo assim, não se pode comparar as comemorações. O Natal movimenta muito mais esforços

A Vida, seu sentido e direção, sem a contagem de seu transcorrer, pareceriam ainda mais abstratos. O passar não marcado dos dias,   talvez nos fizesse lembrar ainda mais fortemente as dúvidas sobre a existência. Não me baseio cientificamente pra afirmar isso. 
Eras, séculos, décadas, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, centésimos, milésimos...
São essas subdivisões que me servem de apoio à afirmação.

Marcar esses ciclos parece-me funcionar como um placebo para minimizar a angústia existencial, algo como relativizar a passagem do tempo, qual aquela história de tempo real e tempo psicológico. Preservar esse palcebo exige marcas que pareçam reais. por que não criá-las? 

Quanto a idéia de que as festas, bebedeira e troca de presentes depreciam o sentido cristão do Natal, faz até parte do senso comum concordar. Isso , no entanto, não exclui a coerência da afirmação. Entretanto, tal fenômeno pode ser encarado como uma via de mão dupla. Não fosse o apelo agressivo da imprensa e da publicidade, talvez o Natal não mobilizasse todo o planeta durante tanto tempo. Concordemos, dois mil anos, segundo a humanidade tem marcado, é bastante tempo, já dá até pra chamar de era, não?

Pois é, se eu não viajo tanto assim, o consumismo e o ano novo tem preservado o Natal. Em tempos nos quais as pessoas excedem as libertinagens pessoais e se castram liberdades alheias, talvez o consumismo seja um dos pilares que sustentam a Igreja e seus dogmas.
isso só abre a discussão.

Devaneios a parte, o Hajapaciencia4 deseja aos seus leitores um Feliz Natal!

Um comentário:

Gabriel Salgado disse...

opaa Jota, assunto complexo!!!
haha

Ow vê o que vc acha do texto: "papai noel supliciado" Do filósifi francês Claude Lévi-Strauss

Abração