Talvez pela gorda ociosidade das férias letivas, este post falará sobre trabalho e salário.
Um pouco de política tangível, pra não ficar falando apenas de quem é patrão de si mesmo.
Visitei por estes dias os sites do DIEESE, IPEA e IBGE (se as siglas te deixarem curioso, clique no link), apanhei um pouco, e aproveitei os dados da pesquisa da minha amiga Ana Helena Ribas para fazer estes gráficos bonitinhos.
clique na imagem pra ver alguma coisa
Pois é, segundo o DIEESE, pra se manter uma família de três indivíduos adultos, ou de dois desses indivíduos, mais duas crianças (que consumam o equivalente a um indivíduo adulto) são necessários, no mínimo R$2194,76. Isso equivale a quase 4 salários mínimos, independente da cidade.
A relação com as cestas básicas também é crítica. Pra conta ideal, ela deveria representar no máximo 12% do orçamento familiar. No Paraná, estado onde o salário mínimo é o mais alto e a cesta básica é a mais barata, a cesta básica consome 38% dos recursos familiares. Desnecessário dizer como ficam comprometidas as outras necessidades vitais que Constituição exige que o salário mínimo assegure ( além de alimentação, a Carta também exige moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, além de cobrar que o salário seja reajustado periodicamente, preservando o poder aquisitivo do salário).
Desde o início do plano Real, dá pra conferir no link do DIEESE, é evidente que o texto da Constituição é conversa. Com um mínimo de bom senso, podemos imaginar que, por mais que queiramos bancar um Estado Provedor (não tentássemos, o Estado seria inútil, ou liberal, o que dá na mesma) essa conta é muito difícil de fechar. Que 20 milhões de trabalhadores não bancam a estrutura estatal necessária pra subsidiar uma população de 200 milhões de pessoas, ainda que todo mundo fizesse muita hora extra.
Desde o início do plano Real, dá pra conferir no link do DIEESE, é evidente que o texto da Constituição é conversa. Com um mínimo de bom senso, podemos imaginar que, por mais que queiramos bancar um Estado Provedor (não tentássemos, o Estado seria inútil, ou liberal, o que dá na mesma) essa conta é muito difícil de fechar. Que 20 milhões de trabalhadores não bancam a estrutura estatal necessária pra subsidiar uma população de 200 milhões de pessoas, ainda que todo mundo fizesse muita hora extra.
Mas se o troço já é difícil, como explicar desperdícios que negritam em manchetes quais esta ou esta , uma hora dessas embalando peixes de óbvia espécie. Como alguém, eleito por pessoas que raramente possuem metade do que precisam pra custear suas necessidades vitais para tetarem fazer a conta fechar podem se dar ao luxo de esbanjar a onerosa mas insuficiente carga tributária em verbas indenizatórias e compensações de toda sorte?
Não é um apelo demagógico. É uma questão de educação e administração de recursos: se os políticos ensinarem como fazer para cumprir tudo o que a Constituição exige deles e ainda bancar suas vidas nababescas com a arrecadação percapita menor que todos os países com a mesma tarefa, convenhamos, fechar o mês com um salário mínimo vai ser fichinha.
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