O motivo agora é o blog da irmã do tropicalista: Maria Bethânia, uma cantora de sucesso, solicitou o direito de arrecadar uma grana através da Lei Rouanet (Clichê).
O povo do Twitter criticou (Redundância). A crítica envolve desde quadrúprdes que acham que a verba de Cultura deveria ser investida em hospitais, a velhos críticos da forma com que a lei vem sendo aplicada, servindo de moletas para quem em tese poderia se virar...
Nesse miolo todo há gente muito sensata, gente menos sensata mas competente, gente tão pitaqueira quanto este blogueiro, gente estúpida e o Lobão.
O Lobão é um surfista de polêmicas profissional. Saindo do tubo do Restart, avistou uma onda muito maior quando o Minc divulgou que BethÂnia poderia arrecadar sua bolada de 1,3 milhõezinhos. Talvez ele não esperasse que o mar estivesse tão bom: Caê resolveu defender
sua irmã e os dois ganharam mais uma flor pra brincar de mal-me-quer-bem-me-quer.
Só que o Caetano, a despeito da sua idade, bate forte. Enfureceu o colunista preconceituoso e que no final de sua tréplica quer que façamos o que, se tão simples, poderia ter feito. O golpe de Caetano foi malicioso. Bateu em meio mundo, mas em especial no ego de Tognoli e do músico. Um diz que escreveu sua auto-biografia, e o ghost writter, concordando, afirma que fez toda a pesquisa documental que o "pós-ditadura teceu contra Lobão". O ego de Tognolli vai ser um grande empecílho para manterem essa versão.
Não que a crítica ao financiamento público de arte com grande potencial de consumo seja de todo incoerênte. É cruel que iniciativas precisem dividir talvez sua única forma possível de financiamento com estrelas da música popular.
Acontece que uma visão utilitarista, sistêmica, é insuficiente para mensurar a Arte. A Maria Bethânia e sua equipe (bem como Nando Reis, Maria Rita entre outros) precisam ter planilhas pra isso, esse é o ganha pão deles. Não justifica o excesso nos pedidos.
Por outro lado, quando pensamos que nossa população não tem a cultura de fomentar expressões artísticas, que achamos justo que alguém confinado por meses ante dezenas de câmeras receba uma recompensa equivalente as questionadas sem maior alarde, que artistas preocupados com sua estética física consigam divulgação midiática muito maior que aqueles preocupados com a estética de suas obra, bem, aí dá pra imaginar quão delicado é ser artísta no nosso convívio, e que talvez esses artistas merecessem ganhar tais somas pelo valor que agregam às nossas culturas e identidades, sem precisar de tirar dos menos propalados as migalhas que o MinC lhes permite disputar.
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