segunda-feira, 26 de abril de 2010

Momento (não tão) Geek

Você assina o feed do Haja Paciência 4? Você lê o Haja? Por Favor, comente! São dois anos de persistência (quase)! Temos, seguramente, 4 leitores, mas nos surpreenderia muito saber que mais alguém lê esse blogue.

Aumentar a colaboração do leitor (é, está no singular por que só você mesmo deve ler isso) vai fazer esse blog mais interessante para quem lê e principalmente para nós (que está no plural em respeito aos fundadores, que não estão mais entre nós). Queremos saber quem são as duas pessoas que não escrevem no blogue e mesmo assim nos lêem!

Caso queira publicar algum texto, mande-o para o e-mail do Haja ( hajapaciencia4@gmail.com) e deixe um comentário neste post avisando. Caso queira que tratemos de algum tema em específico, discorde da nossa abordagem a determinado tema, ache que nós somos retardados ou precise demais uns pra completar seu time de futebol de salão, use o e-mail ou a caixa de comentários.

P.s.: Reparou que mudaram as cores do blogue? prefere as cores antigas? Acha que ficou "mei gay"? comentaê! Caso não tenha reparado, a gente tá precisando de incentivo!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Baralho sujo

Marketing político é um lance delicado, que resolve eleições.
Não é à tôa, todos os partidos contratam cada vez mais variados profissionais pra cuidar do assunto. Toda ajuda é importante, mas, como diz o ditado, o inferno está cheio de boas intenções.
As coordenadorias de campanha de Dilma e Serra devem estar morrendo de vontade de encaminhar mais uns pra lá.

Anticronologicamente, vou falar do segundo caso , que, ainda que mais recente , gera menos discussão. Quando a Folha dá um erro dos tucanos, é que a coisa foi grave mesmo. O Instituto Sensus divulgou uma pesquisa que dava empate técnico entre os principais candidatos, e deixou o pessoal do PSDB meio cabreiro. O trabalho para a investigação não foi pequeno. Decidiram processar o Instituto.

Descobriram depois que a denúncia se baseou nos dados de uma pesquisa errada. Pois é.

Falha por Falha, em ano de eleição, o PT não ficaria atrás. Mas esta é questionável: Há quem dia que a campanha nova da Globo foi uma propaganda explícita em favor do candidato José Serra. Outros acham que foi uma campanha implícita. E minha professora de Jornalismo televisivo, que talvez fosse endossada pela velhinha de Taubaté, devem achar que não passa de coincidência: segundo a própria Globo, o jingle teria sido roteirizado em novembro passado. Como Serra só definiu seu slogan em 10 de Abril, a emissora não teria como adivinhar. (será que não dava, mesmo?). Se ainda não viu, confira:


Sabe que eu concordo com ela? Conveniência definiria melhor a situação. Seja como for, se o a marquetada do PT se mantivesse quieta, o debate mais importante seria sobre a parcialidade política da campanha Global. Seria um forte argumento caso precisasse questionar a honestidade da emissora, como em 1989.

Contudo, como o novo coordenador protestou twitter, a Globo resolveu tirar o jingle do ar, suscitando um novo debate: a Globo estaria sendo censurada? O PT não estaria abusando do poder?

Como vemos, ambos partidos têm que comer muito arroz com feijão pra manter uma campanha como fazem Republicanos e Democratas nos EUA.O jogo não é tão simples: O PSDB achou que tinha o Zap, mas não tinha conferido a carta virada. O PT, que distribuiu as cartas, fez maço, mas deu a Escopeta pro adversário e desperdiçou o Zap. Que será que eles ainda tem na mão? Seja como for, ainda há muito jogo pela frente.

SEGUNDA SEMANA

SEGUNDA SEMANA

Passada a primeira semana, de minhas primeiras impressões “digitais” sobre Buenos Aires, como disse Arnaldo (um bom amigo da família) esta semana acabou com algumas percepções mais sutis na rotina e nos caminhos feitos por Buenos Aires.

No domingo fui com minha irmã para o famoso e, quase exclusivamente, turístico Caminito, no bairro porteño “La Boca” que guarda suas particularidades pelo tango dançado e tocado em alto volume na frente dos bares e restaurantes, e por seus sobrados característicos em uma alternância de cores vivas e chamativas que encantam os pedestres com suas ferozes máquinas fotográficas (além é claro, dos dólares, euros e reais na carteira).

Da Boca, fora a venda de milhares de camisetas, enfeites e recordações, guardo o quão vale algumas moedas em Buenos Aires (já que precisamos de cerca de três lojas para conseguir os trocados necessários para o ônibus coletivo que nos levasse até lá). Guardo, também, a imagem do garçom “tcholo” que, ao nos atender, disse que a cerveja Quilmes, estava “Gelaaaadaaaa pra Caraalhioooo”.

Na segunda-feira à tarde, pude conhecer na Avenida de Mayo algumas das milhares de livrarias porteñas. Fiquei perdido no meio de livros por todos os lados e no meio da vontade de levar quase tudo para casa. À noite, dei de cara com a porta de uma escola de tango, o que nos levou (eu, minha irmã e Henrik, o alemão) a pararmos no bar mais próximo e mais barato para encerrar melhor o dia.

Buenos Aires acorda meio São Paulo na terça-feira. O tempo de chuva escassa e contínua e um frio que incomoda, mas que não nos obriga a colocar blusas pesadas, acompanha a cidade até o final da semana.

Ao decorrer da semana pude conhecer e me decepcionar com a Biblioteca Nacional que, apesar de ter me surpreendido com seu imenso tamanho, deixou-me só com a vontade de vasculhar seu acervo, já que a procura dos os livros apenas se dá por um sistema de informática e não fazem empréstimos das obras, permitindo exclusivamente as consultas.

Na sexta-feira, descobri que o já citado americano (Jake, colega do curso de espanhol) é formado em História, apesar de trabalhar com informática e tecnologia. Fiquei um pouco intrigado com sua formação depois de uma conversa em que ele (declarado admirador de nosso país com suas mulheres simpáticas e receptivas) confessou que prefere o Brasil porque o acha bem mais democrático que a Argentina. Segundo ele, o país de nuestros hermanos é “socialista demais”.

Ao término da semana me ocupei bastante com a expectativa e preparativos para a chegada de minha “novia” – namorada – e finalmente acabei de ler o livro “Jangada de Pedras” de José Saramago. No sábado, me indicaram o caminho errado para pegar o ônibus que me levasse ao aeroporto. Consegui recuperar a direção e coloquei para fora todos os xingamentos possíveis aos que nasceram desse lado da tríplice fronteira. Por fim, acabei a semana melhor do que o previsto: bem acompanhado e jantando um belo prato de milanesas a la americana.

A 1719 km de minha cidade natal crescem as saudades, saudades das minhas famílias, dos amigos e das expectativas (cada vez maiores) da minha estada aqui em Buenos Aires. Na próxima semana venho com menos atraso e com mais novidades.

Beijos e abraços.

Gabriel Salgado “Musta”

PRIMEIRA SEMANA

PRIMEIRA SEMANA

A primeira semana acabou e fico com a sensação que tenho de melhorar muito o falar castellano, que compreendo cada vez mais o que escuto pelas ruas porteñas, que tenho a ganhar cada vez mais com o intercâmbio com os outros “gringos” das aulas de espanhol e que as personas de Buenos Aires tratam de forma inusitada as pessoas que fazem suas artes e seus pedidos nos transportes públicos.

A semana começou com os exames clínicos de minha irmã, exigidos pela empresa, em um laboratório que se pode caracterizar como não tão organizado e, tampouco, higiênico; e também, com a minha procura por um curso de espanhol que fosse, ao menos, regular e barato. Encontramos na segunda-feira, final da tarde, o Instituto Universitário de Lenguas Modernas (IULM), próximo à linha de “metro” Facultad de Medicina.

O começo do curso, na manhã de terça-feira, se fez curioso pela diferença de culturas taxadas na cara de cada um dos alunos “extranjeros” e de uma professora argentina (Silvia) bem “doidona” que está saindo da meia-idade, com seus cabelos coloridos, sua voz estridente (característica recorrente em mulheres argentinas) e seus decotes “fora de época”. Somos em 4 brasileiros (eu – SP, Diulliany – SC, Areli – GO, e Suzana - PE), uma francesa (Marreon), um alemão (Henrik), uma canadense (Angelic) e um norte-americano (Jake), que alega veementemente que não há problemas com os estrangeiros em seu país.

Na quarta, conhecemos nosso segundo professor (que dá aulas em dias alternados aos de Silvia), Federico, sujeito que me lembrou muito o personagem “Godines”, com cabelo um pouco mais escuro e uma feminilidade “implícita-explícita” o que, independente de escolha ou opção sexual, me parece também ser uma característica recorrente só que, neste caso, em professores de línguas extrangeiras.

Conheci, na quinta-feira, com Angelic (CAN) e Marreon (FR), o Centro Cultural Recoleta, com exposição de fotos de Frida Kahlo e Diego Rivera, e o Cemitério de Recoleta onde está Evita Perón. Esta visita foi encerrada, no entanto, por uma fome acentuada que atingia fortemente minha região estomacal e que foi “detida” por uma massa do famoso e providencial “Super Pancho”, por apenas quatro pesos, conhecido também em terras brasileiras como “cachorro quente”.

Encerrando a semana, na tarde de sábado, fui caminhar sozinho para conhecer algumas ruas do centro da cidade, reparando como é impossível que tenha uma só viagem pelo metrô aqui em BA em que não haja pessoas ora com artes, ora com súplicas. Achei bonito os aplausos dos passageiros quando o senhor e seu arcodeon terminam a segunda música naquele vagão, e fiquei confuso quando uma menina, com seus doze anos, passou vendendo cartões, ao mesmo tempo que o senhor cego declara as lamúrias de sua vida, ao mesmo tempo em que um senhor alto e gordo passa com seus filhos vendendo balas e uma anciã entra no vagão com um adolescente em cadeiras de rodas que impressiona e choca os passageiros, todos na caça de alguns trocados.

Enfim... Hoje é um sábado de El chavo (Chaves), de Homero (Simpsons) e milanesas, amanhã é domingo e segunda-feira meus amigos... Começa tudo outra vez!

Beijos e abraços a todos.

Saudades, saudades...

Gabriel Maia Salgado “Musta”

PRIMEIRO DIA

O primeiro dia em Buenos Aires já está acabando e a primeira impressão está sendo melhor do que esperávamos, eu e minha irmã.
A cidade me pareceu um tanto quanto "clássica", muito me lembrou o centro velho de São Paulo com os prédios antigos e a arquitetura característica, apesar de serem um pouco mais conservados e frequentes.
Engraçado ver que há muitos carros de modelos antigos... Talvez a promoção de Fiats 147 e de monzas foi bem maior em Buenos Aires do que em São Paulo há uns 40 anos atrás.

Dois impactos me chamaram a atenção hoje... O primeiro foi com a imposição da gorjeta pelo funcionário da empresa de "Taxis", o que me fez pensar se éramos talvez maleducados (por não ter essa predisposição automática à todos) ou se a imposição deste que fora despropositada. O segundo foi com a dona de nosso apartamento (Uma senhora viajada - pela américa latina - com seus 61 anos, que dá aula de francês e que parece ter como seu maior lazer o "hablar") que disse que éramos uns brasileiros diferentes... a ela deve ter parecido que erámos mais tranquilos, que deveríamos fazer menos algazarras... Imagino que ela nos tenha elogiado, mas uma visão pejorativa meio bizarra dos brasileiros... Eu imagino.

No mais fizemos a clássica visita à Casa Rosada (com exposição comemorando o bicentenário) e à Feira da Rua Defensa, "Feira de San Telmo" (com coisas muito loucas, músicos jazzistas, museu afro) que são passeios bem legais.

Engraçado pela sensação de que ainda somos turistas que ficarão mais alguns dias, brasileiros ainda mais ligados ao mundo particular que nos originou do que ao que os recepciona, e estranho pensar que as pessoas no veem como "extranjeros". A língua é uma coisa muito maluca e, apesar de poder ser óbvio para alguns, é curioso observar que a mesma coisa dita em castellano não é a mesma coisa, e certamente nunca vai ter o mesmo significado, que sua tradução para o português.

Apesar do que há de dizer minha irmã, a comunicação está caminhando e entendo a maioria das poucas coisas que ouvi.


Beijos e abraços.

Saudades, saudades...


Gabriel Salgado "Musta"

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Destino 03/04/2010 - Buenos Aires - ARG

Retomando minhas postagens, deixo aqui alguns relatos e observações das experiências que estou vivenciando em Buenos Aires.

Para os que não sabem, vim para a capital argentina no dia 3 de Abril e pretendo ficar até a terceira semana de Julho. Peço desculpas pelas primeiras postagens serem um pouco "frias", mas pretendo atualizá-las semanalmente a partir de agora.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O que contam os passarinhos

Cansados de espalhar fofocas da vida alheia, os passarinhos passaram a badalar a Internet no site mais discutido do momento. O Twitter resolveu elencar os 10 temas mais discutidos nos Trending Topics.
Muito protesto quando os TT's eram regionais, muitas falhas nas listagens, pronto, voltou a ser mundial. resultado:
Os passarinhos são adolescentes nerds e retardados

Enquadramento na Internet.

O retorno de debates inacabados

O habitualmente bem feito caderno LINK, do Estadão, traz um texto muito bom do Pedro Dória sobre o que poderíamos chamar de enquadramento na internet (assim que estiver on-line e eu revisitar o haja, eu posto o link).

A idéia é que os provedores, através do poder de definir que sites e usos da Internet podem ser acessados com maior ou menor velocidade, determinariam o conteúdo a ser visitado pelos internautas.

É uma ameaça real. Suponha a situação: você tem seu site de buscas e percebe que , através do UOL, por exemplo, é sempre demorado acessar seu site. Você troca idéia com o pessoal da UOL e descobre que, se quiser tornar a visita ao seu site mais ágil, vai ter que liberar uma grana pros caras. Você pega todas as suas economias e investe. Se o BING o a Google resolvem pagar mais e dizer pra UOL deixar todos os concorrentes lentos, GAME-OVER. É assim que funciona.

Injusto? Pois é. E ainda não se tem definido como controlar o bicho. O problema é um debate velho pra quem gosta de política e economia: Quem deve cuidar do caso? Estado ou Mercado?

A Mão forte do Estado poderia proibir ou regulamentar a prática, mas corre-se o risco de uma regulamentação excessiva, o que prejudicaria provedores e, por conseguinte, usuários. No entanto, deixar o Mercado resolver a parada pode significar concentração de poder, tal qual acontece com outras mídias .

Mire-veja, o problema pode ser ainda maior: Ano de eleição, um candidato é amigo dos donos de determinado provedor: que tal se eles deixarem lerdo o acesso aos sites e blogues de propaganda dos rivais? Tá aí um debate que não pode passar em branco. Ser dono deprovedor deve dar um dinheiro danado numa hora dessas. Esperem o bafafá.