A torto e a direito repete-se o argumento de que a obrigatoriedade do diploma coíbe a liberdade de expressão e resume-se a uma estratégia para criar reserva de mercado. Se considerarmos quem são os defensores destes argumentos, não valeria nem a discussão: GilmarMendes e asseclas, além de um sem fim de jornalistas, empregados em grandes empresas de comunicação, nas horas vagas blogueiros -ou vice e versa- que parecem odiar a universidade, sob a alegação de que não aprenderam nada durante a graduação.
Desconsidera-se, para este fim, a já obsoleta querela entre blogueiros amadores e jornalistas blogueiros sobre a qualidade da informação disponibilizada nos blogues. - Como se a informação oferecida pela mídia tradicional fosse assim tão crível e valiosa. E, mais absurdo, não se percebe que pluralidade da própria discussão on-line desmente o argumento.
Vamos gastar disposição, e deixar até este fato de lado.
Ainda sim, o argumento é risível:
Qualquer pessoa que eventualmente tenha considerado pensar deforma crítica o jornalismo que se lhe oferece, sabendo da hierarquia das redações, nota que jornalista algum escreve o que quer, seja ele diplomado, condecorado, pós-graduado faixa-preta ou recém alfabetizado. Cada linha de um jornal, cada matéria de programa de rádio, cada frame dos programas de televisão deve estar de acordo com a linha editorial. O Bonner não diz "Boa Noite" sem o aval do Kamel.
Quanto a reserva de mercado, seis mil jornalistas formam-se anualmente.
Oitenta mil profissionais estão empregados.
O jornalismo sofre com a crise econômica, não a das hipotecas norte-americanas, mas outra causa da pela obsolecência de seus métodos (A próxima eleição para a presidência do país deve ser bravamente disputada não mais nos debates do cátodo antiquado, mas no YOUTUBE e no TWITTER).
É um mercado agonizante.
Espero que resista, ainda quero ver as prensas funcionando, longe dos museus.
Não vai acabar, mas vai mudar radicalmente.
Quando? Sabe Deus. Ou o diabo, que é da jaez dos homens da imprensa.
Seja como for, definha.
Que há pra se reservar, cara pálida?
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