Admito, antes de mais nada, que cometi dois grandes equívocos. Primeiro, não organizei meus pensamentos no texto. Ficou tudo confuso e posso ter dado a entender que sou contra o diploma de jornalista. Se transmiti essa idéia, cometi o grave pecado para um aspirante a comunicador: não me fiz compreender. Me falta experiência.
O segundo erro, e mais grave, foi o de ter criado uma cortina de fumaça sobre o fim da obrigatoriedade do diploma, dando mais peso às reclamações de jornalistas e estudantes de jornalismo de que "agora todo mundo é jornalista" e "jornalismo acabou". E pela fumaça fui o primeiro a bater a cara na parede.
Me faltou a percepção de que naquele momento (e porque não? Até agora) o mais sensato seria me opor a essa absurda decisão do Poder Legislativo (que não tem capacidade de atender a população, quanto mais de perguntar sua opinião).
Acabei me deixando levar pela irritação de ouvir repetidamente argumentos sem fundamento de que a profissão acabou. Argumentos de pessoas que sequer refletem sobre a profissão, nem têm base teórica ou prática, mas têm prazer em se fazer de vítima e em seguida ficar de braços cruzados.
Por fim, quero deixar clara minha posição: não existe democracia sem jornalismo. Mas não pára por aí, como o STF quer fazer entender. Não existe democracia com jornalismo irresponsável. Para ser jornalista, o profissional precisa acumular uma série de conhecimentos de ciências humanas e diversos treinamentos práticos da área.
É ingênuo (por parte de leigos na comunicação) acreditar que para tornar-se jornalista é necessário simplesmente a prática. Cria-se assim um peão que mal sabe do que está falando e que apenas retransmite as valores que recebeu sem perceber.
É mentiroso (por parte do STF, de políticos e de empresas de comunicação) defender que a exigência do diploma é um desrepeito à democracia. Fere a Constituição? Ora, se a Constituição foi escrita há 21 anos, só agora Gilmar Mender percebeu isso? Desrepeito à democracia é permitir que uma pessoa sem o devido preparo teórico fale às massas com ar de dono da verdade.
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