segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sacrifício das Ideologias Parte Dois

No texto que cancelou o post sobre o vice do PV (coisa que o Musta faria melhor que eu, inclusive), Matt Bai critica a política dos EUA e ressalta que nos idos de 60 o posicionamento político era mais claro: havia uma guerra colonialista no Vietnã, segregação racial, limitações dos direitos civis tão radicais que você por essência é pró ou contra. Hoje, a guerra no oriente médio busca, em tese, combater grupos terroristas, não um simples confronto de nações; há um debate interessante sobre o direito ao aborto - salvo, evidentemente, as estúpidas certezas que possuem os radicais de ambos os lados. Posicionar-se não é mais tão claro.

Tente analisar as questões possíveis e verá que a incoerência dos partidos não é tão absurda: Ditames liberais e estatais vêm um resolvendo os problemas do outro desde o Iluminismo, as relações internacionais não são mais uma decisão simples entre apoiar EUA ou URSS: há o ultra liberalismo das transnacionais apoiadas na falta de opção dos países subdesenvolvidos, liberalismo Norte-Americano, o liberalismo comedido do Reino Unido, o protecionismo meio livre da União Européia, o Socialismo de mercado Chinês, os controladores regimes do Oriente Médio, o Socialismo do século XXI andino, o Casa-da-Mãe-Joanismo do Mercosul e Sabe-Deus-Mais-Que-Outras-Possibilidades.

Trazendo a visão pra terra tupiniquim, fica evidente que não dá mais pra sustentar as bandeiras do começo do século passado, a não ser que você ainda ache uma boa idéia o plantation escravagista do DEM, no industrialismo tóxico do PP ou que ache que livros como a Bíblia do PSDC ou n'O Capital do PSOL ou PSTU sejam integralmente atemporais, sem qualquer relação com o tempo em que foram concebidos.

O maniqueísmo PT x PSDB mostra que ainda estamos na década de 60, entre militares e militantes. Nem mesmo esses partidos conseguem, nem pretendem, sustentar esse debate retrógrado que, ainda que inconcluso, não pode ser tomado como definitivo para a leitura do cenário político atual.

A falta de definição do PV é um sinal de despreparo , mas também um primeiro passo no sentido de encontrar alternativas políticas para os novos tempos. O problema é que, feito sem precauções, pode trazer mais problemas que soluções.

2 comentários:

Gabriel Salgado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Salgado disse...

Interessante demais Jota...
Eu, na minha ignorância política desastrosa, vou aprendendo com os panoramas que você vai trilha por aqui.

hehe

Manda ver meu irmão!