quinta-feira, 6 de novembro de 2008

um comentário otimista

Talvez eu esteja tomado pela cega euforia daqueles que de fato acreditam em mudanças efetivas por conta da eleição de um candidato cuja tez ebanesca virginalmente representará a família de maior representatividade de poder num já tão judiado planeta.

A escolha do primeiro presidente negro, hoje, não significa nada além de seu enunciado. O que já muito representa.
-Nada, porque ele é negro, e isso não o faz melhor, pior, nem mais capaz que McCain, Hillary, Mickey Mouse ou meu pai. Seu carisma e seus acessores são bons. Ele deve provar ser bom agora. 
-Muito, porque um bom governo democrata (o partido dele significa muito mais que sua etnia) derruba mitos conservadores que ainda colocam Bushes, Berlusconnes, Sarkozys e Paes no poder.

Otimismo?
Otimismo lhes mostro:

Obama tem grandes chances de não ser assassinado durante seu mandato.
Martin Luther King levou antes o tiro para que o Senador de Illinóis pudesse sonhar em ser um político algum dia. 
Para que o tom de sua pele, que a melanina altera o comprimento de onda de luz fazendo-o negro, pudesse parecer tão desimportante quanto a explicação científica das diferenças genéticas entre seres, humanos todos no final das contas.
Para que (décadas sobre a década do sacrifício do líder religioso, tão liberal, a despeito daqueles que dizem estar mais próximos de Deus quanto mais se prendem a velhos dogmas, por mais preconceituosos e antiquados que sejam) a pele pudesse ter a liberdade de não significar nada.

Eu - negro misto, descendente de Baiana cujo sangue vem dalgum confim da África; e de um paulistano, filho de mineira, cujo plasma das veias atravessou o continente num navio europeu, Deus sabe em que função, partindo de sei lá que porto- que nunca fui ativista racial, que sempre achei que um dia o preconceito acabava se eu não ligasse pra ele, fico feliz afinal em estar certo.
Minha covardia de sorriso amarelo-cortezia deu certo sim, porque, antes, alguns homens discordaram de mim.

Obrigado a todos. 
E todos agradecemos a Martin Luther King 

Um comentário:

Unknown disse...

É, é melhor nós, singelos brasileiros, não esquecermos que tanto ele como McCain não serão tão úteis a nós, brasileiros... porque em tempos de crise cada um olha pro teu e que o resto se ferre.

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