Convém fazer algumas observações aqui sobre o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Engraçado, porque após 4 anos prestando o ENEM (Desde o 2ºAno do Ensino Médio até o segundo ano de cursinho), fiquei até com uma ligeira saudade ao andar pelo metrô em São Paulo e ver os candidatos voltando da prova com seus papéis na mão.
Depois de ouvir muitas teorias sobre a validade, sobre a facilidade, sobre a eficiência da prova vou caminhando para uma interpretação da prova. E aqui vão mais algumas palavras tortas...
Nestes quatro anos...
Toda vez que eu saia da prova e pegava metrô e onibus para voltar pra casa, escutava conversas de como a prova tinha sido difícil, de que deixaram algumas questões sem ao menos ler, de que não compreenderam o tema da redação, e diversas dificuldades...(principalmente no ônibus com, COSTUMEIRAMENTE, pessoas de classe mais baixa)
Até chegar no dia seguinte na escola (Particular mas de qualidade totalmente duvidosa) ou no cursinho (De grande esforço e qualidade - admirável PARA O VESTIBULAR), e ouvir discursos de como a prova tinha sido fácil, de como as pessoas quase iriam gabaritar o ENEM, de que era uma prova que não avaliava e etc, etc.
Pensando sobre essas coisas, vou no caminho que um professor meu seguia(do próprio cursinho) - Salve Sidão - e acho que o ENEM cumpre justamente o seu objetivo: Analisar o Ensino Médio Brasileiro.
Vemos um ensino público falido, com resultados deploráveis, inclusive no ENEM.
E uma uma classe méRdia pedante que além de não conseguir admitir a proposta da prova, ainda a desconsidera por se achar superior a ela, ou siplesmente pela necessidade de se colocar acima de alguma coisa. (O velho medo de estar perto da pobreza e a esperança em alvançar de qualquer modo à riqueza)
Vale observar que muitos são os que falam, pouquíssimos os que efetivamente gabaritam.
Logicamente, não pretendo aqui colocar qualquer grau de justiça na prova do ENEM ou em qualquer forma de avaliação classificatória para o vestibular.
Tanto não é, que o ENEM, em uma proposta de levar a avaliação ao verdadeiro nível do Ensino Médio ( o que na maior parte é público). Demonstra em seus resultados, nada mais que o antagonismo e o bruto resultado de um ensino injusto e ineficaz.
Quanto aos vestibulares, guardo algumas observações para daqui alguns meses...
Obs: O título sendo o mesmo da música de Gabriel, o pensador "Estudo Errado"
Um comentário:
Musta, achei mto bom você ter feito um post sobre o Enem. É um assunto muito debatido e, na maioria das vezes, contestado quanto à sua eficiência. Apesar disso, mais de 4 milhões de estudantes brasileiros encaram a prova, pq afinal, concordando ou não com ela, eles não podem deixar de ganhar pontinhos a mais no vestiular, ou então quem sabe conseguir uma bolsa em uma faculdade particular (no caso de alunos de escolas públicas).
Muita gente diz que o Enem não avalia nada por ter um caráter puramente interpretativo, por exigir um conhecimento mínimo de exatas e por dificilmente envolver fórmulas e essas outras besteiras que a gente é obrigado a decorar na escola ou no cursinho.
Eu, particularmente, gosto muito do método de avaliação usado pelo exame. Não sei se porque estudei minha vida toda em uma escola que valorizava o cultural e o social e, por incrível que pareça, não estava nem aí pros vestibulares da vida, mas acho muito mais importante para um aluno ter um conhecimento que involva capacidade de raciocínio, interpretação e análise, do que decorebas que só servirão para o vestibular e depois serão automaticamente deletadas da memória.
Não acho que um aluno deva sair do ensino médio sabendo de cor todas as fórmulas de física, química e matemática existentes para provar que tem o conhcimento necessário para seguir uma carreira ou então seguir seja lá com o que quiser em sua vida. E acho que se um integrante da "classe mérdia", como vc disse, pensa desse jeito, ele está visivelmente equivocado.
Quanto à disparidade existente entre a escola pública e particular, só posso dizer que é algo realmente lamentável. Os resultados do Enem mostram o abismo entre elas.. é muito triste ver um aluno de escola pública saindo do 3º ano do ensino médio sem ter idéia de como fazer um texto dissertativo, ou então de não ter a capacidade necessária para ler um texto e interpretá-lo. Essas são competências fundamentais para a vida de qualquer pessoa que passou por uma escola, e se o Governo não está garantindo isso nas escolas públicas, é porque estamos diantes de um problema muito mais grave do que pensávamos.
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