A cara da atual situação política de José. |
Com os
recentes escândalos desvelados pelo “Privataria Tucana”, parece que José pode
parar de perseguir o poder a qualquer custo. Após a derrota em 2010, fez o que
pôde para não sumir das luzes. A partir do bombástico livro de Amauri Ribeiro
Jr., evita multidões e insolentes indagações, “e agora, José?”
No centenário
do Theatro Municipal de São Paulo, lá estivera ele. Na final da Libertadores da
América de 2011, mesmo palmeirense, empoleirara-se no camarote do Pacaembu. Houve
um esforço hercúleo por parte de José, o tucano de pirata, para mostrar que, de
algum modo, ainda está aí. “Se você gritasse”, José.
Quais as
aspirações políticas de José? A prefeitura de São Paulo seria possível, uma vez
que tem adesão daquele fidalgo eleitorado paulistano que vota como quem escolhe
o anfitrião dos bailes da corte, o príncipe dos incluídos, o causídico dos afamados
mimados de papai. Mas só “se você gemesse”, José!
Outra vez o
Palácio dos Bandeirantes? A aristocracia, o classemedismo e os sabe-se- lá
quais princípios políticos coletivos que movem boa parte do eleitorado paulista
dariam a José mais uma vez o alto posto da província dinástica tucanesca. Mas
até lá haja disposição pras câmeras, pois estar presente a todos os eventos até
2014 cansaria, “se você cansasse”, José.
No entanto,
desde a explosiva publicação da saga dos “privatas do Caribe”, José se tornou
mais reservado. Evita eventos, jornalistas e manifestantes, “está sem
discurso”.
Assumidamente
fora da disputa eleitoral pela Pauliceia, talvez porque “a população considera que ele não quer ser prefeito”, José não quer ter que prometer de novo não
abandonar o cargo para disputar uma eleição, como fez duas vezes. “Sua doce
palavra”, José.
José anseia
nova migração rumo ao planalto central. Mas já não é mais o favorito do
partido. A “única liderança” do país ao lado de Lula já disse que José não é o
candidato natural para 2014. José “está sem carinho”.
FHC ainda
diz que sua cota de José esgotou. Pudera, José resiste ou pelo nome ou pelo
poder fisiológico nos limites da legenda. Suas passagens pela prefeitura e pelo
estado foram de ruim a regulares, e, como se não bastasse, José foi o segundo
padrinho do maior desastre político nacional desde Pitta-Maluf: Gilberto
Kassab. “E agora, José?”.
O poder pelo
poder é o maior dos vícios da política nacional. O imperialismo eleitoral com a
busca dos altos cargos eletivos, unicamente pelos cargos, pelo prazer da
conquista territorial sobre o adversário, corrobora com o loteamento de cargos
de nomeação e outras distorções do sistema democrático. A semicerrada sociedade
política e suas pelejas partidárias excitam José. Mas e agora?
Mesmo com
todos os seus manchados pelas denúncias documentadas no “Privataria”, a
ausência de apoio de seus antigos sócios, com o rastro sujo de política
higienista de seus apadrinhados, seus governos pouco democráticos e sociais e
suas fraudes eleitorais, “você marcha, José! / José, para onde?”
Um comentário:
hehe, muito bom, curti o "os sabe-se- lá quais princípios políticos coletivos que movem boa parte do eleitorado paulista"
Postar um comentário