quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

“E agora, José?”


A cara da atual situação política de José.
“A festa acabou (...)”.

Com os recentes escândalos desvelados pelo “Privataria Tucana”, parece que José pode parar de perseguir o poder a qualquer custo. Após a derrota em 2010, fez o que pôde para não sumir das luzes. A partir do bombástico livro de Amauri Ribeiro Jr., evita multidões e insolentes indagações, “e agora, José?”

No centenário do Theatro Municipal de São Paulo, lá estivera ele. Na final da Libertadores da América de 2011, mesmo palmeirense, empoleirara-se no camarote do Pacaembu. Houve um esforço hercúleo por parte de José, o tucano de pirata, para mostrar que, de algum modo, ainda está aí. “Se você gritasse”, José.

Quais as aspirações políticas de José? A prefeitura de São Paulo seria possível, uma vez que tem adesão daquele fidalgo eleitorado paulistano que vota como quem escolhe o anfitrião dos bailes da corte, o príncipe dos incluídos, o causídico dos afamados mimados de papai. Mas só “se você gemesse”, José!

Outra vez o Palácio dos Bandeirantes? A aristocracia, o classemedismo e os sabe-se- lá quais princípios políticos coletivos que movem boa parte do eleitorado paulista dariam a José mais uma vez o alto posto da província dinástica tucanesca. Mas até lá haja disposição pras câmeras, pois estar presente a todos os eventos até 2014 cansaria, “se você cansasse”, José.

No entanto, desde a explosiva publicação da saga dos “privatas do Caribe”, José se tornou mais reservado. Evita eventos, jornalistas e manifestantes, “está sem discurso”.

Assumidamente fora da disputa eleitoral pela Pauliceia, talvez porque “a população considera que ele não quer ser prefeito”, José não quer ter que prometer de novo não abandonar o cargo para disputar uma eleição, como fez duas vezes. “Sua doce palavra”, José.

José anseia nova migração rumo ao planalto central. Mas já não é mais o favorito do partido. A “única liderança” do país ao lado de Lula já disse que José não é o candidato natural para 2014. José “está sem carinho”.

FHC ainda diz que sua cota de José esgotou. Pudera, José resiste ou pelo nome ou pelo poder fisiológico nos limites da legenda. Suas passagens pela prefeitura e pelo estado foram de ruim a regulares, e, como se não bastasse, José foi o segundo padrinho do maior desastre político nacional desde Pitta-Maluf: Gilberto Kassab. “E agora, José?”.

O poder pelo poder é o maior dos vícios da política nacional. O imperialismo eleitoral com a busca dos altos cargos eletivos, unicamente pelos cargos, pelo prazer da conquista territorial sobre o adversário, corrobora com o loteamento de cargos de nomeação e outras distorções do sistema democrático. A semicerrada sociedade política e suas pelejas partidárias excitam José. Mas e agora?

Mesmo com todos os seus manchados pelas denúncias documentadas no “Privataria”, a ausência de apoio de seus antigos sócios, com o rastro sujo de política higienista de seus apadrinhados, seus governos pouco democráticos e sociais e suas fraudes eleitorais, “você marcha, José! / José, para onde?”

Um comentário:

Renato Diniz disse...

hehe, muito bom, curti o "os sabe-se- lá quais princípios políticos coletivos que movem boa parte do eleitorado paulista"