segunda-feira, 27 de julho de 2009

mais uma última palavra sobre diplomas

partindo da experiência de ter nascido sem nem mesmo saber escrever (mal que perdura), não posso concordar com a idéia de que o talento para o jornalismo seja inato. Este, aliás, é o argumento que o 4º senhor na "linha de sucessão presidencial" , Gilmar Dantas, usou pra enfiar a profissão onde dificilmente será resgatada. Pra manter a alegoria,insisto: talento de cu é rola. Quem não se dedica àquilo que quer fazer nunca vai ser bom, quanto mais numa profissão tão delicada, onde os limites da sobrevivência financeira e da ética profissional são tão distintos. Diz-se que se aprende jornalismo mesmo é na redação, que faculdade não forma jornalistas e blablablá. Sobre isso , duas coisas: quem aprende jornalismo na redação não tem "talento inato". Viu uma galera fazer e foi aprendendo. Se estivesse numa operação de telemarketing também iria apender. Ninguém diria que essa pessoa teria talento inato pra operador. Eu não vi o Gay Talese no roda viva, mas ví sua opinião fazer coro à da ABERT, anj e outras corjas sobre a obrigatoriedade do diploma numa palestra que ele deu no MASP. Vou colocá-lo no rol de jornalistas com quem se endossa a idéia de que o diploma não serve pra nada, junto com machado de assis, Nelson rodrigues , Vargas llosa, garcia márquez, etc. Eles escrevem , de fato, muito melhor que os jornalistas diplomados. Toda via, ganharam prêmios e reconhecimento por seus livros e crônicas, não por suas matérias. José hamilton ribeiro ganhou prêmios por suas matérias. Uma meia dúzia de Essos. perdeu uma perna fazendo corbertura de guerra. ele tem diploma. O Paulo Coelho escreve pro globo, é imortal da ABL. Não tem.
eu já disse isso?

2 comentários:

Roney Rodrigues disse...

Plenamente apoiado, Jota. Isso é pura mistificação da profissão, falar que alguém nasce já jornalista blábláblá Por que não é assim com a medicina ou com os burocrátas do Supremo. Na msm lógica eu posso ler os livros de Direito e fazer um estáginho em um fórum e sou advogado. Supimpa! Não preciso de faculdade, nem um jornalista precisa da formação de comunicólogo e de várias áreas do conhecimento para exercer a profissão. Técnica de como escrever não é importante, são as tecnicas mais subjetivas, critérios de noticiabilidade, de ideologia, de pluralidade que contam. E isso não se nasce sabendo nem se aprende em alguns meses de redação.

Renato Diniz disse...

"talento de cu é a rola" hehehe, num é muito elegante, mas é bem sensato!